O cerrado também dança, ri e encanta: Nossa arte está em movimento

O maior circuito cultural em atividade no país acaba de ganhar vida mais uma vez. O Sesc Nacional divulgou os nomes dos 16 grupos selecionados para a 27ª edição do Palco Giratório, projeto que percorre o Brasil com apresentações cênicas de tirar o fôlego. E entre os escolhidos, três grupos do Centro-Oeste mostram que a arte da nossa região pulsa com força, poesia e resistência.

Foram selecionados representantes de 15 estados, de Norte a Sul do país. Cada grupo traz em si uma explosão de linguagens, estéticas e histórias que se conectam com o Brasil profundo, o Brasil que ri, dança, sonha e transforma. A abertura será em Recife, entre os dias 25 e 27 de abril, com uma justa homenagem ao circo feita pela Escola Pernambucana de Circo, projeto social que há anos encanta e transforma vidas na periferia da capital.

A partir daí, o país vira palco. Os grupos circulam por 96 cidades brasileiras até dezembro, cruzando fronteiras e levando espetáculos que provocam, emocionam e inspiram públicos de todas as idades. A lista é rica e diversa: tem teatro documental, dança contemporânea, palhaçaria, teatro afroindígena, comédia e experimentações híbridas que rompem padrões.

Mas há algo especial no que veio do coração do país. O Centro-Oeste, tão frequentemente esquecido, marca presença com três grupos que revelam a potência artística da nossa terra — cada um deles representando uma linguagem diferente e voltada às infâncias. Isso não é por acaso: é um gesto simbólico e necessário de afirmação cultural.

De Goiás, o Ateliê do Gesto retorna ao projeto com o poético ‘Fica comigo’, espetáculo que transforma memórias em dança. A história de um guardador de lembranças que, com gestos delicados, reconstrói fragmentos do passado é uma ode à ternura que vive dentro de todos nós.

Já o Mato Grosso estreia com a Cia Du Cafundó e o vibrante espetáculo ‘Kombinando com Cerrado’. Acrobacias, malabarismos e risadas compõem uma narrativa recheada de brasilidade, onde o circo se mistura ao cheiro da terra e ao espírito do bioma que nos abriga.

E pela primeira vez na história, um grupo de teatro do Mato Grosso do Sul entra na rota do Palco Giratório. O Fulano di Tal leva à cena ‘A Fabulosa História do Guri-Árvore’, inspirado na obra do poeta Manoel de Barros. É poesia pura em forma de teatro, é o barro virando verbo, é o menino que vira árvore e nos ensina a ver beleza onde ninguém mais vê.

Segundo Janaina Cunha, diretora de programas sociais do Sesc Nacional, a seleção dos grupos é feita por curadores de todas as regiões do país, atentos às cenas locais e à força criativa que emerge delas. Essa escuta diversa é o que garante a riqueza estética e temática do projeto, que vai muito além do entretenimento: movimenta economia criativa, aquece o comércio local, dá vida a teatros e ruas, e gera encontros inesquecíveis entre artistas e plateias.

Desde sua criação em 1998, o Palco Giratório já impactou mais de 5 milhões de pessoas com mais de 10 mil apresentações em todas as regiões do Brasil. E segue sendo um sopro de resistência e beleza, em um país que ainda aprende a valorizar sua própria arte.

Você pode acompanhar a programação completa pelo Instagram das unidades regionais: @sescgo, @sescmt e @sescculturams. É por ali que a arte vai passar. E ela merece plateia cheia.

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